terça-feira, 14 de outubro de 2008

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Terça-Feira, 14 de Outubro de 2008

Com logotipo novo, USP Leste passa a ser EACH




Câmpus abriga a Escola de Artes e Ciências Humanas; direção quer popularizar este nome e cria polêmica
Renata Cafardo e Alexandre Gonçalves

No ano em que forma suas primeiras turmas, a USP Leste deve deixar de ser chamada assim. Está em curso um movimento para popularizar o nome dado à unidade instalada no local: Escola de Artes e Ciências Humanas, cuja sigla - nada sonora - é EACH.

Um concurso escolheu o novo logotipo e, no site do câmpus e em documentos oficiais da diretoria, quase não há mais referências ao antigo nome. Professores e alunos divergem sobre a mudança, que tem gerado polêmica na unidade, inaugurada em 2005 no bairro pobre de Jardim Keralux, em São Paulo, às margens da Rodovia Ayrton Senna. "Ninguém diz que estuda na Cidade Universitária. E, sim, na Poli, na FEA", explica o diretor da EACH, Dante De Rose Junior.


Para ele, a zona leste é a "apenas a localização" do câmpus, assim como o bairro do Butantã abriga a USP do outro lado da cidade. "A escola tem nome e ele precisa ser trabalhado", afirma. Dante foi um dos que escolheram o logotipo da EACH. O desenho lembra a imagem colorida vista em um caleidoscópio. Hoje quem anda pelo câmpus ainda vê a inscrição USP Leste em portas e placas. Mas o texto que conta a história da unidade no site não menciona mais o antigo nome. A nova unidade da Universidade de São Paulo (USP) começou a ser discutida em 2001, em uma tentativa de incluir mais estudantes de baixa renda a uma das melhores instituições de ensino superior do País. Na época, só 10% dos alunos da USP vinham da zona leste da cidade - hoje são 30%.


Os primeiros documentos sobre o projeto não davam nome algum à nova unidade. Em 2003, quando o governo do Estado escolheu a região do Parque Ecológico do Tietê para construir o câmpus e destinou os primeiros milhões de reais à unidade, o projeto se tornou mais conhecido - e o nome USP Leste pegou. O então reitor Adolpho José Melfi costumava dizer, no entanto, que se tratava da USP na zona leste, e não da zona leste. Na recente campanha do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Prefeitura de São Paulo, a USP Leste aparecia, com essa denominação, como uma das suas principais realizações. "É um nome forte. Nas publicações de textos e artigos ele já é conhecido", diz o coordenador do ciclo básico da unidade, Ulisses Araújo. "Ainda há muito preconceito.


O pessoal do Butantã costuma chamar a gente de USP Lost", reclama Lorena de Souza, de 21 anos, aluna do câmpus. Lost, em inglês, quer dizer perdido, e é também o nome da série de TV em que um grupo de pessoas vive em uma ilha deserta. "Com a mudança, fica mais claro que nós também somos USP", diz a colega Sheylla Alves, de 21 anos. Julie Anne Serafim, de 19 anos, defende o nome EACH para que não haja mal-entendidos. "Como a zona leste é mais pobre, esta seria uma faculdade mais pobre, o que não é verdade. Quando alguém pergunta onde eu estudo, respondo só USP."


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Nota: O pessoal da USP leste chama a Cidade Universitária de "Velho Oeste".

Para os não Uspianos: a MED chama a cidade universitária de Alentejo ou Além-ponte. Os romanistas da FDUSP a chamam de Transtíbere ou, simplesmente, USP.

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